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Os artigos abaixo nos dão uma visão da INEXISTÊNCIA DE ESTUDANTES NA UNE.
Então, porque ela existe? Não é problema nosso...
Nosso problema é construirmos novas organizações estudantis, e não deixar que estes politiqueiros entrem (afinal, cheiram muito mal...) Vamos fazer a NossaUNE Ro-Shan-Bow!!!



LIBERTAR A UNE

Ao longo de sua tumultuada história, a União Nacional dos Estudantes (UNE) tem oscilado entre os extremos da representação. Em alguns momentos críticos, como no crepúsculo do regime militar ou na campanha pelo impeachment de Collor, ela pareceu sintonizada com a vontade da maioria dos universitários. Na maior parte do tempo, porém, não poderia ser maior a distância entre a base estudantil e uma cúpula que não passa de marionete controlada por micropartidos de esquerda.

A razão desse comportamento esquizofrênico pode ser encontrada no modo de escolha de seus dirigentes. Superada há muito a fase das perseguições e da semiclandestinidade, por incrível que pareça a UNE ainda não adotou o salutar princípio da eleição direta. Durante congresso realizado em Belo Horizonte, pouco menos de 2.000 delegados acabam de homologar para o próximo biênio a chapa do PC do B, que se eterniza desde o começo da década no comando da entidade.

Pode-se perguntar o que a grande maioria dos estudantes tem a ver com o estatismo ultranacionalista do PC do B, corrente outrora ligada ao maoísmo e que hoje vegeta numa desimportância folclórica. São os cavilosos conchavos propiciados pela eleição indireta que permitem esse artificialismo na representação estudantil. A UNE se transformou em fantoche de um grupelho pouco interessado em ensino, pesquisa acadêmica ou capacitação profissional.

A crescente despolitização entre os universitários também é alimentada por esse estado de coisas. Somente um movimento que tenha por origem a base estudantil e por meta estabelecer eleições diretas poderá restituir à entidade o peso que ela já teve, afastando os manipuladores e devolvendo a UNE aos estudantes.

09/07/97, Editoria: OPINIÃO Página: 1-2 7/3719, Edição: Nacional Jul 9, 1997, Seção: EDITORIAL



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UNE não aceita carteirinha da UNE

Disputa política impede uso do documento

A comissão de credenciamento do congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) não aceita a carteirinha estudantil da entidade como forma de identificação para o credenciamento no evento.

Até ontem, as mesas de credenciamento dos participantes só aceitavam a carteirinha como comprovante de matrícula, e não como identidade. Apesar de trazer a foto do estudante, o número da identidade e da matrícula na faculdade, a comissão nacional de credenciamento não considerou o documento de identificação da própria UNE como um documento ''confiável'' de identificação.

''A carteirinha só vale como identidade acompanhada de documento emitido por órgão público'', disse Elder Vieira,da comissão de credenciamento.

''Em qualquer outro lugar eu poderia entender isso, menos aqui, no Congresso da própria UNE. Se eles não aceitam, quem vai aceitar?'', disse o delegado João Augusto Neto, 26, aluno de história da Universidade Federal de Pernambuco.

O paraibano Mizael Vilela, 23, aluno da Universidade Federal da Paraíba, disse que teve de ir do local do congresso até o alojamento para buscar a carteira de identidade. Sua carteirinha da UNE, emitida neste ano, também não foi aceita. ''Falaram que não servia para me identificar'', afirmou o estudante.

''Briga''

Segundo Vieira, a decisão de vetar a carteirinha da UNE decorreu da ''briga'' política entre os partidos cujos membros fazem parte da diretoria.

''O pessoal que faz oposição à maioria da diretoria da UNE disse que temia que nós pudéssemos falsificar a carteirinha para colocar no congresso pessoas que não fossem estudantes'', afirmou.

A maioria da diretoria da UNE é composta por membros do PC do B (Partido Comunista do Brasil). Fazem parte da diretoria estudantes filiados a vários partidos políticos, como PT, PDT e PSTU (antiga Convergência Socialista, facção de esquerda que saiu do PT), além do PC do B. Assuntos como o da carteirinha são votados dentro da diretoria.

Para o credenciamento dos delegados no congresso, estão sendo exigidos, além da carteira de identidade, carteirinha da UNE ou algum comprovante de matrícula na faculdade e comprovante de pagamento da inscrição no congresso.

Carteirinhas da UNE do ano passado também não são aceitas, nem como comprovante de matrícula. ''O aluno pode ter a carteira do ano passado e não ser mais estudante'', diz Vieira.

04/07/97, Autor: MALU GASPAR, Origem do texto: Enviada Especial a Belo Horizonte,Editoria: COTIDIANO Página: 3-7 7/1669, Edição: São Paulo Jul 4, 1997



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PC do B e PDT dominam cargos

O PC do B (Partido Comunista do Brasil) e o PDT têm juntos 53,3% dos 51 cargos da atual diretoria da UNE. Essa proporção corresponde ao número de votos obtidos pelas chapas no congresso passado, que ocorreu em 1995.

Fazem parte do PC do B o presidente da entidade, Orlando da Silva Júnior, e um dos tesoureiros, José Antônio Bertotti Júnior. Os outros grupos de estudantes que têm cargos na diretoria são os ligados ao PT (27,6%), ao PSTU (10%) e aos independentes (6,5%), que têm grande parte dos seus membros ligados ao PSDB.

Segundo o presidente da UNE Orlando da Silva Júnior, a sua principal função na entidade é representá-la publicamente. ''Não decido nada sozinho, meu voto é igual ao dos 51 diretores. Não tenho nem voto de Minerva (que decide uma questão em caso de empate)'', diz.

A eleição da diretoria da UNE acontece sempre no final do congresso. São formadas chapas ligadas às teses (propostas) apresentadas por cada grupo. Os delegados votam apresentando seu crachá. Terminada a votação, a diretoria é formada proporcionalmente à quantidade de votos dados a cada tese. A chapa que recebeu mais votos geralmente fica com os cargos mais importantes, como a presidência, a tesouraria e a secretaria geral da entidade.

Na diretoria que deixa a UNE no próximo domingo, fazem parte do PT o vice-presidente da entidade, Bento José Ferreira, 23, e um dos tesoureiros, Olavo Noleto. (MGs)

02/07/97, Autor: MALU GASPAR, Origem do texto: Da Reportagem Local, Editoria: COTIDIANO Página: 3-1 7/597, Edição: Nacional Jul 2, 1997



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PC do B aumenta domínio político na UNE

Partido elege quinto presidente consecutivo e fica com 10 dos 11 cargos da executiva da entidade

O Partido Comunista do Brasil (PC do B) aumentou seu poderio na UNE (União Nacional de Estudantes), entidade que domina há sete anos.

O partido e seus aliados (parte do PT, PDT, PSB, PCB e PPS) ficaram com 10 dos 11 cargos da executiva, que tem mandato de dois anos. Dos outros 40 cargos da diretoria, a coligação ficou com 30.

O outro cargo da executiva ficou com o PSTU (partido com origem na antiga Convergência Socialista, que fazia parte do PT), que obteve 216 votos, segunda maior votação.

Devido a uma manobra que afastou parte dos opositores, como a ala à esquerda do PT, o chamado ''chapão'' conseguiu o voto de 1.521 dos 1.972 delegados que permaneceram até a madrugada de ontem no congresso da entidade, em Belo Horizonte.

Havia 3.500 delegados inscritos para votar, mas as discussões e as debandadas (veja texto ao lado) fizeram esse número cair para os 1.972 votantes.

Ricardo Cappelli, 25, aluno do terceiro ano de processamento de dados na Universidade Estácio de Sá, no Rio de Janeiro, é o novo presidente da UNE.

Amigo do agora deputado federal Lindbergh Farias (presidente da entidade de julho de 92 a julho de 93), ele é o quinto presidente consecutivo da UNE filiado ao PC do B. Para Cappelli, o maior inimigo da UNE é o governo Fernando Henrique, que quer dividir a entidade. João Amazonas, presidente nacional do PC do B, é seu ídolo político.

Eleições presidenciais

A aliança vencedora reproduz, ao menos em parte, a composição partidária do bloco parlamentar de oposição ao governo federal formado no Congresso Nacional.

Essa composição vinha sendo estimulada pelas direções nacionais dos partidos, visando a eleição presidencial de 1998. Segundo a avaliação desses partidos, a UNE seria importante no apoio à candidatura da oposição à presidência.

Ficaram de fora da aliança alguns setores do PT, que se dividiu no congresso. Parte da Articulação não concordou com a entrada da tendência na chapa com o PC do B, saíram do congresso ou votaram com outras chapas.

Para atrair os outros grupos para sua chapa, o PC do B passou a defender propostas que eram da oposição. Por exemplo, concordou em formar um grupo de estudos sobre eleições diretas na UNE, embora seja contra.

Apesar disso, já para o próximo congresso nacional, os delegados deixam de ser eleitos diretamente pelas escolas e passam a ser escolhidos em congressos estaduais.

Folha de São Paulo, 08/07/97, cotidiano, autor: MALU GASPAR


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